Muitas vezes esquecemos que as artes sempre estão em constante flutuação e que nunca podemos delimitar com certeza os limites ou territórios definidos.
Em muitas ocasiões a arte está enjaulada por termos que designam aquilo que devemos ver e sentir, aquilo que devemos denominar dentro de um estilo, uma época e uma forma de fazer de um autor.
Após o visionado do documentário do Simon Schama´s com respeito à Rothko e o comentário do professor com respeito as fotografias do Alberto García-Alix, pareceu-me acertado discorrer, mesmo que seja de forma sucinta da relação que se estabelece entre as artes e especificamente do que consideramos habitualmente como cinema e o que definimos como vídeoarte.
É sobressalente como existe grande quantidade de denominações para a arte feita com vídeo: vídeoarte, vídeo experimental, vídeo-instalação…, devemos reduzir este tipo de expressões a uma simples expansão das artes plásticas? Ou devemos constatar a sua importância para o desenvolvimento da linguagem cinematográfica?
Para referir-nos a Bill Viola, deveríamos utilizar a palavra artista, cineasta ou vídeoartista? Até onde é que chega a tendência do ser humano para conceptualizar tudo aquilo o que lhe é alheio?
É evidente que o Bill Viola se serve de elementos provenientes da linguagem puramente cinematográfica como o zoom in e out, a câmara lenta e o close-up para desenvolver a sua arte. Actuando a câmara como um olho através do qual o espectador descobrira uma determinada forma de olhar com uma narrativa própria, e isso não é uma descrição genuinamente cinematográfica?
O Bill Viola afirmou numa entrevista à BBC que o seu trabalho “ tenta introduzir as pessoas às dimensões invisíveis da vida (...) invisíveis porque não são perceptíveis para nós, como as coisas que acontecem rápido demais para nós vermos”. Mas a sua obra não só faz visível o invisível, também é significativo o desejo de permanência e transcendência através da imagem, um sentimento comum a todas as artes.
As obras de Bill Viola, servem como reflexão da estética do natural na imagem e a sua própria evocação metafórica do interior do ser humano e, definitivamente, do interior desse espectador que numa sala escura (como no cinema) abstrai-se do mundo inteiro durante o momento que dura a sua observação particular.
Links:
Videos Bill Viola (MOMA)
Bill Viola Oficial Site
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